segunda-feira, 6 de abril de 2009

Público e bandas fizeram o Linguarudos ferver



Se depender do astral no Garage, do entusiasmo do público e das performances das bandas escaladas, o Festival Linguarudos tem presença garantida no calendário musical joinvilense por muitos e muitos anos. Que assim seja, porque a festa ferveu dentro e fora do bar, e mesmo que não tenha sido perfeita, serviu pra mostrar o bom momento que vive a cena alternativa da cidade - pena que o final do ano tá aí o recesso é inevitável. Na contabilidade da organização, cerca de 300 pessoas passaram pelo Garage no sábado (29), um número bem acima do esperado. Até o mitológico Bananeira deu as caras pra dar o seu aval ao evento.

O tempo ajudou - bem mais do que aquele acesso horrível da rua dos Esportistas -, e quem foi tava realmente a fim de se divertir e esquecer a tragédia que o Estado vive nestes dias. Aliás, o carro do Hélio (Fevereiro da Silva) saiu rebaixado com tanta comida e roupa recolhidas junto com o ingresso. Parabéns também por isso.

As bandas embarcaram na empolgação e mostraram serviço. Com quase duas horas de atraso, o Ursulla faria uma apresentação-relâmpago, mas resolveu esticá-la um pouco mais quando sentiu o calor da platéia. Na seqüência veio o Lost in the Box. Com um verdadeiro dínamo atrás da bateria, a banda fez a temperatura aumentar com um hardcore berrado, cheio de quebras e andamentos, igualmente destruidor em músicas sem firulas, como "War". O momento Los Hermanos, com a versão de "Quem Sabe", acertou a platéia em cheio.

O Kaoscinha sonha em reproduzir por aqui o movimento rrriot girl, mas bate mesmo é na porta do poppy-punk. Foi divertido, apesar (ou por causa) das inegáveis limitações técnicas das integrantes. Gustavo, do Cultura Monstro, deu uma forcinha no final do show das meninas e voltou logo em seguida à frente de sua própria banda, que contou com a melhor sonorização da noite. Que evolução em relação ao material que ouvi no Myspace! Um grupo redondo, bem entrosado, que não soa estranho ao ir do samba-rock ao funk metal e depois pro hardcore. As letras são abusadas, mas o quarteto não tenta ser engraçadinho. Tem futuro a garotada, especialmente em cima do palco.

O Blasè voltou a mostrar que sua fase "crua e direta" é muito eficiente. As guitarras altas, a cozinha saliente e as melodias escuras superaram a desconfiança de parte do público e um semi-pogo se formou. Um probleminha com a guitarra do Clayton quebrou um pouco o encantamento. Mas o saldo final foi bem positivo, ainda mais com nova música (muito boa) no repertório.

E eu fiquei por aí. As dores nas costas e a falta de álcool - afinal, o caminho de volta era longo e é bom pegar leve - me botaram dentro do carro antes de ver Fevereiro da Silva, Habroma e Sanchez. Fiquei sabendo depois pelo próprio Maia que o retorno da banda aos palcos ficou prejudicado por problemas técnicos e pelo adiantado da hora - era perto das 6 da manhã de domingo quando ela fez sua curtíssima apresentação.

Apesar de chateado com o ocorrido, Maia nem pensou duas vezes em exaltar o sucesso do Linguarudos. Feliz com o público, com as bandas, com a colaboração de todos. É isso aí. Com pequenos ajustes, o festival tem tudo pra se tornar a grande vitrine do rock alternativo joinvilense.

Tem aí três vídeos com registros da noite. Me perdoem se a gravação não for tudo aquilo, mas é que em matéria de fazer imagens e tirar fotos eu ainda sou um mero apertador de botões iniciante. Na seqüência, Lost in the Box, Cultura Monstro e Blasè.

Fonte: A Notícia

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