segunda-feira, 13 de abril de 2009

Língua solta*


Festival musical em homenagem a Luiz Henrique Schwanke pretende se tornar regular em Joinville

A idéia de organizar um festival de música independente em Joinville é antiga e já foi colocada em prática com o “Baile dos Desajustados”, “Jacocoricó”, “Din Gon Béu”, “Os Reis do Yeah Yeah Yeah”, “Blá Blá Bla”, entre outros. Porém, nenhum deles se estabeleceu e o Festival Linguarudos – nome em homenagem a uma série de trabalhos de Luiz Henrique Schwanke – é mais uma tentativa de se criar um evento desse porte na cidade. A intenção é realizá-lo uma vez por semestre.

No Brasil, há grandes festivais ligados ao meio e com mais de uma década de atuação, entre eles, o “Abril Pro Rock”, em Pernambuco, e o “Goiânia Noise Festival”, em Goiás. Hoje, existe até uma entidade organizada chamada de Associação Brasileira de Festivais Independentes (Abrafin).

Na opinião do guitarrista e vocalista do Cultura Monstro, a iniciativa é relevante. “Se inspirar na obra de um artista local para fazer um festival de música é autêntico”, revela. “Isso valoriza a arte que está próxima de nós.” Sobre a cena de música independente na cidade, lembrou a continuidade dos últimos dez anos – marcado por altos e baixos. Também elogiou a qualidade musical e o empenho de “agitadores culturais” para organizar shows.

Segundo o baterista do Habroma e baixista do Lost in the box, João Simas, a realização do Festival é importante para a cidade. “É um evento que só tem a acrescentar, pois valoriza a cultura de Joinville e abre a cabeça das pessoas para arte”, defende. Em relação à homenagem ao artista joinvilense, comparou: “A ousadia de Schwanke nas artes plásticas e a criatividade das bandas vêm da mesma essência.”

E foi de uma camiseta usada por João em uma festa no mês de agosto que saiu o nome do Festival. A vestimenta era da “Série Linguarudos” – obras batizadas assim pela imprensa, mas a nomeação nunca foi utilizada pelo artista –, do Instituto Schwanke. Na época, um dos organizadores, Marcos Maia, estava na confraternização e quando os dois conversavam sobre a realização do evento no fim de novembro, Marcos teve a idéia: “Esse é o nome, Linguarudos!”

O nome foi oficializado depois de uma conversa com a presidente do Instituto Schwanke, Nadja Lamas. “Ela demonstrou entusiasmo em usarmos referências do Schwanke em outra manifestação artística”, opina Marcos. “Ambos acreditamos no despertar de interesse em novas formas de expressão na arte.”

Artista de vanguarda

Artista de vanguarda, Schwanke se baseava no Construtivismo Russo, movimento que negava a “arte pura” e assimilava as influências da indústria. Esse fascínio resultou em estudos de história da arte, arquitetura, design gráfico e industrial. O deslumbramento também se estendeu para o pop-art de Andy Warhol.

Atrações: Sanchez’, Fevereiro da Silva, Cultura Monstro, Ursulla, Blasè, Habroma, Kaoscinha e Lost in the Box.

Serviço
O quê: Festival Linguarudos
Quando: 29 de novembro, sábado, 21h
Onde: Garage Bar – rua dos Esportistas, 130, Itinga
Quanto: R$ 5,00 – antecipado na loja Vaca Loka (Rua do Príncipe, próximo ao banco do Brasil), até as 14h; Na hora, R$ 7,00. Nos dois casos é preciso doar um quilo de alimento não-perecível.

*Matéria publicada no Jornal Notícias do Dia em novembro de 2008.

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