segunda-feira, 13 de abril de 2009

Botões e cordas*


Divisão. Gabriel Vieira estuda música e trabalha com produção musical

A gravação de várias bandas de rock de Joinville em seu estúdio particular, no bairro Boa Vista, vem chamando a atenção devido ao custo benefício. Independente da captação – ao vivo ou em canais –, o estudante de música, Gabriel Vieira, 20 anos, registra as canções e, na maioria das vezes, participa da produção. A iniciativa acontece há seis anos e a divulgação do local acontece no boca-a-boca.

A ajuda na gravação fica a critério da banda. Quando o processo não tem sua “mão”, costuma pedir para as bandas mostrarem as influências. A intenção é obter a sonoridade desejada e isso foi feito no disco do Ursulla. No caso do Alva, Gabriel participou de alguns detalhes e introduziu o violino.

Além dessas bandas, Gabriel já gravou o Habroma, Friend of Foe, Cultura Monstro, Sylverdale, Os Restos, Just Face e Gargamelos (reggae). Segundo ele, os registros foram possíveis graças aos estudos na área. “Tem de pesquisar e ler bastante”, defende. “A minha faculdade está abrindo minha cabeça também”, completa.

As primeiras captações aconteceram aos 12 anos e os registros aconteciam em seu quarto. Na época, experimentava instrumentos de cordas e gravava a bateria com apenas um microfone. O barulho não era problema em sua residência, mas na do vizinho “a mãe do colega costumava reclamar”.

E, para se chegar nesse estágio, Gabriel obteve um auxílio importante no início da empreitada. “Meu avô (Nelson Vieira) me ajudou a construir o estúdio”, recorda. O local fica nos fundos da casa de Gabriel e divide espaço com a confecção de roupas da família.

Planos para ampliar o estúdio


Gabriel dedilhou os primeiros acordes aos 5 anos no violão do tio. Aos 7, ingressou em iniciação musical na Casa da Cultura. Depois, entrou na aula de violino e aprendeu de forma autodidata a tocar baixo e guitarra. Aos 15, se formou no violino, mas mesmo assim, continuou fazendo aulas particulares em Jaraguá do Sul.

Os estudos renderam um convite para a orquestra filarmônica da cidade. Dois anos depois, participou do grupo Anagajanfá. O grupo mesclava músicas instrumentais brasileiras e de autoria própria.

Em 2007, ingressou no curso de música, na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). Na instituição, participa de um projeto de extensão na orquestra Udesc. Em Joinville, é integrante do grupo Vagner Magalhães e a banda Chapa Quente – toca baixo.

No futuro, pretende ampliar o estúdio e a intenção é torná-lo referência na cidade. A intenção é juntar os equipamentos com Rafael Vieira (Os Depira) que mantém uma sala na zona norte. “A ideia é levar minha aparelhagem para lá”, comenta.

*Matéria publicada no Jornal Notícias do Dia em abril de 2009.
Foto: Rogério Souza/ND

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