segunda-feira, 6 de abril de 2009

Schwanke, o patrono do rock

A matéria-prima predominante das obras de Luiz Henrique Schwanke (1951-1992) sempre foi a rebeldia. Dos baldes que empilhou no centro de Joinville que fez centenas de joinvilenses se perguntarem se aquilo era arte ou arruaça às obras premiadas em mostras nacionais, seus trabalhos refletiam um espírito inquieto e indomável. Natural que ele atraísse a admiração de pessoas que também têm uma tradição de rebeldia a zelar: os roqueiros da cidade. Hoje, ocorre em Joinville o Festival Linguarudos, evento no qual oito bandas celebram a trajetória de Schwanke.

Quando a organização do festival estava bolando um tema para o evento, o nome de Schwanke literalmente apareceu no meio do caminho. Marcos Maia, guitarrista da banda Sanchez e idealizador do projeto, estava quebrando a cabeça para bolar um gancho para o festival. Queria algo de apelo regional, e que expressasse a essência do festival. Um dia, caminhando na cidade, encontrou João, guitarrista da Cultura Monstro, que vestia uma camiseta estampada por um desenho de Schwanke. “Aquela serigrafia da série Linguarudos era a cara do festival, foi perfeito”, diz.

O primeiro contato de Maia com as obras de Schwanke foi em 1989 – os polêmicos baldes empilhados na praça da Bandeira. Como boa parte da população, Maia não entendeu nada. Em 1996, ao ler uma reportagem sobre a série “Linguarudos”, ele foi fisgado. “Me identifiquei na hora com a irreverência do Schwanke. E sua obra tem muita a ver com o rock. Ele era influenciado pela pop art, que inspirou várias bandas”, explica Maia.

O organizador acredita que o festival ajudará a divulgar a obra de Schwanke entre um público mais jovem. “Muitos dos músicos que tocam hoje não conhecem muito bem os trabalho do artista, mas, agora, vão passar a entender melhor”, assinala. Entre as atrações da noite, o destaque é a banda de Maia, Sanchez, que retorna à ativa depois de dois anos longe dos palcos. Também tocam no festival as bandas Fevereiro da Silva, Cultura Monstro, Ursulla, Blasè, Habroma, Kaoscinha e Lost in the Box.

Na série “Linguarudos”, Schwanke pintou perfis anônimos, figuras com a língua de fora. O artista jamais intitulou a série, foi a imprensa que deu esse nome. “Conversei com a presidente do Instituto Schwanke, Nadja Lamas, e ela disse que o Schwanke não se importou com o nome. Acho que ele ficaria feliz também com nosso festival”, imagina Maia.

MAIS

O QUÊ: Festival Linguarudos.

QUANDO: hoje, às 21 horas.

ONDE: Garage Bar, rua dos Esportistas, 130, Itinga, Joinville.

QUANTO: os ingressos antecipados estão à venda por R$ 5 e um quilo de alimento não- perecível, na loja Vaka Loka (rua do Príncipe, próximo ao Banco do Brasil). Na hora, os ingressos custam R$ 7 e um quilo de alimento não-perecível. O Garagem vai coletar doações de colchões, cobertores e material de limpeza para as vítimas das chuvas.

rodrigo.schwarz@an.com.br
RODRIGO SCHWARZ | JOINVILLE

Fonte: A Notícia

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