sábado, 25 de abril de 2009

Mais uma barbada



A primeira edição do “Barba Ruiva Convida 2009” será realizada amanhã, no Donna D Pub, em Blumenau. Para o pontapé inicial foram selecionadas as bandas Bipolar e Lohan, ambas de Blumenau; Upsetters, de Pomerode; Fevereiro da Silva, de Joinville, e Calvin, de Timbó. Os shows começam às 15 horas. Os ingressos antecipados custam R$ 5,00 na Palladium Laser ou com as bandas. Na hora, o valor aumenta para R$ 7,00.

O projeto “Barba Ruiva Convida” começou em 2008 e, trouxe para Blumenau, bandas como, Superguidis, Lenzi Brothers e Canastra. Esse ano a proposta mudou e priorizará grupos locais, regionais e do Estado. “A intenção é abrir espaço para bandas iniciantes ou de destaque no cenário catarinense de música independente”, avalia um dos proprietários da produtora, Leonardo Biz, 23 anos.

De acordo com ele, está tudo pronto para a primeira edição de 2009. “A divulgação foi intensa nos últimos trinta dias e o público está aguardando com ansiedade”, revela. E, as duas próximas datas já estão marcadas. A primeira será realizada no dia 31 de maio e contará com as bandas Anti-Heróis, Enfermitos, Cassini, Vince e Yuppies. Já a segunda acontece no dia 28 de junho e os grupos não foram definidos. A partir de julho os conjuntos serão selecionados após envio de material. Os interessados devem acessar o site (www.barbaruiva.net/convida) e se inscrever.

Serviço.
O quê: Barba Ruiva Convida 2009
Quando: Domingo, às 15 horas
Onde: Donna D Pub (Rua Marechal Deodoro, 686 – Vila Nova)
Quanto: R$ 5,00 (antecipado na Palladium Laser ou com as bandas). Na hora, R$ 7,00.
Contato: (47) 9953-6014 e (47) 9909-4615 / www.barbaruiva.net/convida

sábado, 18 de abril de 2009

Ponto de Cultura


Fevereiro da Silva toca pela terceira vez em Rio do Sul

Show relâmpago. É assim que está sendo chamada a apresentação das bandas locais Costeletas e Dramaphones, e do Fevereiro da Silva, de Joinville, hoje, na festa Porão no Ponto, em Rio do Sul. A nomeação surgiu em virtude da rapidez que foi organizado o evento – uma semana.

A iniciativa é uma parceria entre a Festa Porão e o Ponto de Cultura Anima Bonecos. Hoje, o Brasil possui 650 Pontos de Cultura e a cidade do Alto Vale do Itajaí se destaca nessa manifestação artística. “Rio do Sul é referência em teatro de bonecos”, garante o vocalista e guitarra do Costeletas, Rafael Tschumi. “Isso só acontece porque o Ministério da Cultura patrocina vários pontos de cultura espalhados pelo país.”

Os shows começam às 23 horas e o ingresso custa R$ 10,00 – meia-entrada para os participantes do evento. A discotecagem fica por conta do DJ Palilo. O Ponto de Cultura Anima Bonecos fica atrás do Supermercado Mezzalira, no Centro.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Liga na tomada e pira


Os Depira lançou recentemente o disco “Ao Vivo no Liverpool Snooker Pub”

Liga o rock n’ roll na tomada e entra na pira. É isso que vai acontecer quando Os Depira e a banda Tomada, de São Paulo, se apresentarem no Liverpool Snooker Pub, amanhã, às 23h30. Os ingressos custam R$ 12,00 (masculino) e R$ 10,00 (feminino). Mais informações no telefone: 9928-9790.

Os dois grupos foram formados no fim de 2000 e têm influencias no rock dos anos 70. Além de versões para clássicos, haverá espaço para músicas próprias. Os Depira lançou seu primeiro disco em 2006 – o material leva o nome da banda. Em 2009, o conjunto gravou um show no 31 de janeiro e o transformou em álbum. O registro foi batizado de “Ao Vivo no Liverpool Snooker Pub”.

O tomada tem dois discos na carreira. O primeiro foi lançado em 2003 e se chama “Tudo em nome do rock n’ roll”. Dois anos depois, a banda disponibilizou no mercado o álbum “Volts”. Para 2009, a banda promete um novo registro. Por enquanto, o público pode ouvir e baixar as canções “Catarina” e “Triste e Distante” que estarão no terceiro trabalho do conjunto.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Blasè na 9ª Festa do Maracujá


Evandro no Festival Linguarudos em novembro de 2008

Vinte e cinco por cento da banda Blasè é de Araquari. E, essa representação fica por conta do baterista Helliot. Ele e os setenta e cinco por cento de Joinville – Milton (vocal e guitarra), Evandro (contrabaixo) e Clayton (guitarra) – tocam amanhã, às 23 horas, no palco Paraty 1, na 9ª Festa do Maracujá, em Araquari. O grupo continua divulgando as músicas do EP lançado no segundo semestre do ano passado.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Sai Old Machine, entra Stereotape Killers



A última apresentação do Old Machine acontece na sexta-feira, no Don Rock. Calma, a banda não acabou, apenas mudará de nome e se chamará Stereotape Killers. Também será a estreia do baixista Hessex – faz parte das bandas Syverdale, Os Restos e Reino Fungi. E, para o derradeiro show, o grupo escolhido para dividir o palco foi o Karadura Blues Brothers.

O ingresso masculino custa R$ 12,00 e, o feminino, R$ 8,00. A entrada para menores de 18 anos é proibida. Também não é permitido o acesso de pessoas sem documentos de identificação. Mais informações: 9158-0058 ou donrock@donrock.com.br.

Cheios de atitude*


Diferenciais. Banda Lost in the Box, que se destaca pelas músicas autorais em inglês, coloca segunda demo no mercado

Um misto de hardcore e new metal, com vocais melódicos e berrados. Esta é a proposta da banda joinvilense Lost in the Box, que está colocando no mercado a segunda demo. O material tem três músicas e foi gravado nos dois primeiros meses do ano, no Nico’s Studio, em Curitiba. O lançamento do disco ocorreu no Festival Teoria do Caos, no dia 4 de abril, em Joinville.

O grupo surgiu em 2005, como resultado do gosto musical de Gustavo (vocal e guitarra), Rodrigo (guitarra), Felipe (bateria) e João (baixo). Os quatro costumavam se encontrar por acaso nos mesmos lugares. A afinidade resultou na banda, que hoje tem 30 músicas próprias, todas em inglês. O idioma já foi dilema no estilo no Brasil, mas, pela facilidade de encaixar a letra ou por opção mesmo, o Lost in the Box se mantém longe do português.

Outro diferencial são as 30 músicas autorais. “Nós nunca piramos em tocar cover”, diz o baixista João Simas. Apesar do posicionamento – ou por causa dele –, João destaca a dificuldade em conseguir espaço na cidade para músicas autorais, ainda mais cantando em inglês. “Tem muitas bandas que só tocam covers e são superestimadas”, afirma. “Não desmerecendo nenhuma delas, mas acho que é muito melhor valorizar o som que nasce aqui, legitimamente joinvilense.” O grupo também não se prende a um estilo musical. “Tocamos o que temos vontade.”

As influências chamam atenção. Não é apenas rock pesado como, o death metal. O gosto dos quatro integrantes vai do samba à música clássica. E essa mistura de estilos é mantida com força de vontade, amor à música e amizade entre os componentes, conforme aponta o baixista João.

Espaço na cena

Antes de gravar a segunda demo, o Lost in the Box não se apresentava constantemente. Porém, com o novo trabalho, o grupo passou a receber convites. Mas não foi só isso. No ano passado, o conjunto organizou o Festival Rock Paulera, no Funil, e a entrada foi gratuita. O evento deu visibilidade à banda que começou a ganhar espaço na cena de rock independente de Joinville.

E essa é a intenção do grupo, fazer shows em todos os locais possíveis, como apontou o baixista João: “Tocar é a coisa que a gente mais ama e levar isso para frente é um sonho comum entre nós quatro”.

João acredita no potencial da cena de Joinville e defende que para se chegar a algum lugar, é preciso querer. Segundo ele, o Festival Linguarudos é um exemplo de união das bandas e essa atitude só tem a acrescentar no contexto. Mas, para isso, o público também precisa prestigiar os conjuntos locais.

Serviço. Música
O quê: Lost in the Box (lançamento da segunda demo)
Quanto: R$ 5,00
Contato: 9119-0199 / 8844-7455 ou lostinthebox@gmail.com

*Matéria publicada no Jornal Notícias do Dia no dia 14 de abril de 2009.
Foto: Rogério Souza/ND

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Botões e cordas*


Divisão. Gabriel Vieira estuda música e trabalha com produção musical

A gravação de várias bandas de rock de Joinville em seu estúdio particular, no bairro Boa Vista, vem chamando a atenção devido ao custo benefício. Independente da captação – ao vivo ou em canais –, o estudante de música, Gabriel Vieira, 20 anos, registra as canções e, na maioria das vezes, participa da produção. A iniciativa acontece há seis anos e a divulgação do local acontece no boca-a-boca.

A ajuda na gravação fica a critério da banda. Quando o processo não tem sua “mão”, costuma pedir para as bandas mostrarem as influências. A intenção é obter a sonoridade desejada e isso foi feito no disco do Ursulla. No caso do Alva, Gabriel participou de alguns detalhes e introduziu o violino.

Além dessas bandas, Gabriel já gravou o Habroma, Friend of Foe, Cultura Monstro, Sylverdale, Os Restos, Just Face e Gargamelos (reggae). Segundo ele, os registros foram possíveis graças aos estudos na área. “Tem de pesquisar e ler bastante”, defende. “A minha faculdade está abrindo minha cabeça também”, completa.

As primeiras captações aconteceram aos 12 anos e os registros aconteciam em seu quarto. Na época, experimentava instrumentos de cordas e gravava a bateria com apenas um microfone. O barulho não era problema em sua residência, mas na do vizinho “a mãe do colega costumava reclamar”.

E, para se chegar nesse estágio, Gabriel obteve um auxílio importante no início da empreitada. “Meu avô (Nelson Vieira) me ajudou a construir o estúdio”, recorda. O local fica nos fundos da casa de Gabriel e divide espaço com a confecção de roupas da família.

Planos para ampliar o estúdio


Gabriel dedilhou os primeiros acordes aos 5 anos no violão do tio. Aos 7, ingressou em iniciação musical na Casa da Cultura. Depois, entrou na aula de violino e aprendeu de forma autodidata a tocar baixo e guitarra. Aos 15, se formou no violino, mas mesmo assim, continuou fazendo aulas particulares em Jaraguá do Sul.

Os estudos renderam um convite para a orquestra filarmônica da cidade. Dois anos depois, participou do grupo Anagajanfá. O grupo mesclava músicas instrumentais brasileiras e de autoria própria.

Em 2007, ingressou no curso de música, na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). Na instituição, participa de um projeto de extensão na orquestra Udesc. Em Joinville, é integrante do grupo Vagner Magalhães e a banda Chapa Quente – toca baixo.

No futuro, pretende ampliar o estúdio e a intenção é torná-lo referência na cidade. A intenção é juntar os equipamentos com Rafael Vieira (Os Depira) que mantém uma sala na zona norte. “A ideia é levar minha aparelhagem para lá”, comenta.

*Matéria publicada no Jornal Notícias do Dia em abril de 2009.
Foto: Rogério Souza/ND

Som gigante*


Banda Alva sai do convencional e grava disco em plataforma analógica

Com o objetivo de deixar o som mais “alto” que o convencional – estúdio digital –, a banda joinvilense Alva gravou o primeiro disco em um estúdio analógico de Curitiba. Aliás, o Solo é o único com essa plataforma no Sul do Brasil. E, durante dois meses, esse foi o destino de Rafael Zimath, guitarra e vocal; Jean Douat, guitarra e vocal; Luís Stephan Filho, o Lucky, baixo e vocal, e Tiago Fiuza, o Tiba, bateria e vocal.

Segundo Zimath, a intenção era registrar as músicas de acordo com os grupos internacionais que os influenciaram. “Queríamos um som cheio, grande, como acontece lá fora”, destaca. “A sensação de quem ouve no sistema analógico é maior, mais alto. São nove decibéis acima do normal.” Lucky segue a mesma linha: “Agora começou a soar como as bandas que a gente sempre ouviu.” Para ele, todas as gravações que participou até então foram forjadas. Além do Alva, Lucky toca no Sanchez’ e mantém carreira solo em um projeto chamado Lucky e os Bisnagas.

Como a captação foi no Paraná, os quatro se desdobraram para finalizar em 60 dias. Nos dois primeiros fins de semana foram gravados o baixo e a bateria. Segundo Lucky, tudo foi feito numa levada só. “Não podia errar ou parar no meio da música, pois era tudo ao vivo.” Para Zimath, o processo foi trabalhoso. “Exige mais tempo e mais do músico”, confessa. A guitarra, a bateria e os vocais foram captados no restante do tempo. Zimath e Jean tiraram 15 dias de férias para acelerarem suas partes.

O registro foi feito em quatro fitas – cada uma custou R$ 500,00. Três delas foram reutilizadas, pois haviam sido gravadas apenas uma vez. A outra veio do Rio de Janeiro. Conforme Zimath, é difícil encontrar o material. Para dificultar o registro, cada rolo tem 15 minutos de duração. Porém, a compensação veio nos equipamentos raros disponibilizados pelo Solo. A Alva também levou suas “relíquias”. No final, juntou o útil ao agradável.

Durante a captação, o grupo teve a ajuda do engenheiro de som, Victor França; do produtor Gabriel Vieira, que auxiliou nos arranjos de cordas e pianos; e do produtor Anderson Dresch, que colaborou nos vocais.

Disco será lançado em abril

O material ainda não foi batizado, mas será lançado em abril com a realização de um show. Como o álbum foi contemplado no Edital de Apoio às Artes de 2008, a contrapartida será feita em quatro escolas da rede municipal de ensino por meio de workshops. “Estamos acertando os detalhes”, esclarece Zimath.

Com o disco em mãos, o Alva pretende divulgá-lo na internet e também repassá-lo para distribuidores de todo o Brasil. Com isso, a intenção é viajar e fazer shows, mas não bancar tudo do bolso e, quem sabe, manter uma carreira estável como a do Garage Fuzz – banda de hardcore –, que consegue conciliar trabalho e banda, conforme defendeu Zimath.”

Serviço. Música
O quê: Lançamento de disco do Alva
Contato: 9977-9978 / www.myspace.com/alvasounds

*Matéria publicada no Jornal Notícias do Dia em janeiro de 2009.
Foto: Fabrício Porto/ND

Rock, samba e funk*


Mercado. Banda Cultura Monstro corre atrás de patrocínio para lançar a primeira demo

A banda joinvilense Cultura Monstro finalizou as gravações da primeira demo no mês de novembro. O material possui dez músicas – oito autorais e duas versões do extinto grupo local Os Carademarte. O registro foi feito em cinco sessões no estúdio do produtor Gabriel, no bairro Boa Vista. A captação foi dividida em cinco partes: duas para o instrumental; uma para o vocal; e duas para a mixagem.

“Apesar da limitação desse tipo de gravação, nós gostamos do resultado final”, revela o guitarrista e vocalista Gustavo. “A gente foi para o estúdio pensando em registrar o maior número de músicas no menor tempo possível.”

O grupo decidiu lançar todas as músicas. A arte do álbum foi feita pelo amigo e publicitário Kelsen Santos. E, para disponibilizar o disco de forma física, o conjunto corre atrás de patrocínio para colocar o trabalho no mercado.

A capa do CD deve sair em formato de “caixinha de papelão” e vem acompanhada de um encarte. A ideia é lançar 150 cópias e vender no máximo por R$ 3,00. Outra iniciativa tem por objetivo enviar o disco para todo Brasil por meio dos Correios. “Queremos tocar em festivais e, um deles, é o Tschumistock (acontece em Rio do Sul)”, projeta.

O material não tem data para ser disponibilizado no mercado e nem previsão para um show de lançamento. Enquanto isso, o público pode conferir as músicas do disco no próximo dia 21. Na ocasião, o Cultura Monstro se apresenta no Carnarock 2009, na Sociedade Avaí, no Vila Nova. O festival começa às 21 horas e o ingresso custa R$ 8,00 – mais um quilo de alimento não-perecível.

Parceria e fim de covers

Algumas das letras que estarão no disco do Cultura Monstro têm participação do vocalista da extinta banda de punk/hardcore, Os Carademarte. Osni de Paulo é o autor da canção “Romantismo e Safadeza”. Também é co-autor em “Metralhadora”. O restante é do guitarrista e vocalista Gustavo, que teve a colaboração do baixista Marcelinho em algumas letras e melodias. Completam a formação, o guitarrista Rodris, e o baterista Ronan. Segundo Gustavo, a amizade que mantém o grupo na ativa: “Se um da banda sair, a gente desiste. Nós somos amigos, não tem graça ensaiar e tocar sem esse pensamento.”

No ano passado, o grupo tocava alguns covers, mas em 2009 a postura mudará, conforme declarou Gustavo: “Temos onze músicas próprias e esse será o repertório dos nossos shows.” O grupo surgiu em 19 de setembro de 2007 e não é apenas de rock. Nas músicas, tem espaço para o “samba/funk”, como define Gustavo.

O nome banda veio de mais uma “ajuda” de Osni de Paulo. “Ele escreveu um texto com esse título”, recorda Gustavo. “O documento aborda uma sociedade de degradação, alienação e independência tecnológica. Enfim, uma Cultura Monstro.”

*Matéria publica no Jornal Notícias do Dia em fevereiro de 2008.
Foto: Fabrício Porto/ND

Música plástica*


Projeto do músico e artista plástico, Adriano Horn, o Jésus, foi retomado em 2007

Simples. Essa foi a intenção de Adriano Horn, o Jésus, ao batizar seu projeto musical após sair da banda joinvilense de punk/hardcore A77, em 1997. Na época, a influência do músico vinha de outras vertentes do rock como, o guitar – estilo bastante difundido na década de 90 –, com destaque para o grupo Sonic Youth.

Jésus precisava de outros integrantes para compor o conjunto e começou por Sergio Beckert – atual baterista do Ursulla – que assumiu uma das guitarras. Para a bateria, chamou Rauli. E, para completar a formação, convidou o baixista Gugue.

Após alguns shows entre 1997 e 99, o Simples ficou estagnado e deu lugar a outros projetos de Jésus. O primeiro foi o Plástico e, em seguida, o 15 Minutos. Esse último foi montado apenas para uma apresentação de um trabalho quando ainda cursava
Artes Visuais, na Univille. “Nós tínhamos uma música chamada ‘Evolução Musical’”, destaca. “A canção tinha quinze minutos”, sorri.

A iniciativa foi além da sala de aula e o grupo se apresentou durante alguns intervalos na instituição. No período, é claro, de 15 minutos. Depois, fizeram shows em festas da faculdade. E, por fim, Jésus integrou o Ambulantes – começou na bateria e passou para a guitarra.

Em 2007, resolveu reativar o Simples e para a retomada chamou o tecladista Nino que também faz a base do baixo no instrumento. A bateria nunca teve componente fixo e, atualmente, o posto é ocupado por Fernando Dall’Acqua, o Sapo. No entanto, antes dele, a banda se virava com o ET 1000 – uma espécie de bateria eletrônica programada com várias batidas. “Tem até samba e ele nunca erra”, brinca Jésus.

Na atual fase, o Simples tem aproximadamente 40 músicas – 30 já foram gravadas. A captação acontece de madrugada no apartamento de Nino. Segundo Jésus, a maioria das canções são criadas e gravadas em sua casa com o auxílio do computador. Depois, o processo é refeito no estúdio. “Meus pais viajaram no fim de ano e, em uma semana, produzi o novo disco com dez músicas.”

Artista plástico

Jésus também é artista plástico e, no momento, está desenvolvendo uma técnica de luz. “Utilizo o fundo preto e também a cor como representação da luz”, aponta. Outro método usado é o grafismo em papel duplex. Nesses trabalhos, costuma desenhar cadeiras e olhos. Em relação ao último, afirmou: “Sou compulsivo por esse tipo de símbolo.”

Serviço
O quê: Banda Simples
Contato: adrianohorn8@hotmail.com

*Matéria publicada no Jornal Notícias do Dia em janeiro de 2009.
Foto: Fabrício Porto/ND

A casa do rock*


Em oito anos de atuação, o Garage Bar cedeu espaço para bandas locais, nacionais e internacionais

Em meados de 1999, as economias de Beto e Tânia Lauer eram suficientes para reformar a residência ou construir uma casa na praia. Entre as duas opções havia uma terceira e foi justamente essa que saiu do papel em 12 de agosto de 2000. A data marcou a inauguração do Garage Bar, um dos poucos locais da cidade voltado ao rock e que se mantém em atividade.

De acordo com Beto, a idéia de se criar um espaço para o estilo veio do filho, Keith Lauer, que desconversou em tom de brincadeira: “Não foi bem assim porque eu nem tinha mais banda.” Porém, a vontade de ter uma casa direcionada ao rock surgiu na época que fazia parte de um grupo. Na ocasião, os integrantes resolveram fazer um churrasco com o show do conjunto. O local seria a garagem da família Lauer. Contudo, decidiram chamar mais bandas e cobrar a entrada. Para isso, transferiram as apresentações para o extinto Chaplin Bar, no Centro.

A bilheteria foi destinada ao pagamento do equipamento de som e quem cuidou dessa parte foi Beto e Tânia, rockeiros de longa data que se casaram na Catedral com uma música do Pink Floyd ao fundo. A iniciativa causou desespero no padre Bertino.

A admiração é tanta pelo gênero que o nome dos filhos são homenagens a astros do rock: Keith, vem de Keith Moon, um dos bateristas do The Who, e Jimmy, de Jimmy Page, guitarrista fundador do Led Zeppelin.

Show internacionais e casamentos

A identificação com o estilo é escancarada, mas o trabalho nos bastidores era novidade. No entanto, o show da banda do filho serviu de impulso para continuar. A construção foi erguida com muito sacrifício. “O galpão levou oito meses para ficar pronto”, lembra Beto Lauer. “O telhado e o isolamento acústico demoraram seis.”

Em 12 de agosto de 2000, o Garage Bar abriu as portas com um show de bandas locais do estilo punk/hardcore, entre elas, Os Carademarte e Medíocres – as duas não existem mais. Na época, o local não possuía cadeiras e geladeira – a bebida foi refrigerada em um caixa d’água coberta de gelo.

Além dos dois conjuntos, outros grupos do gênero na cidade passaram pelo Garage em oito anos de atuação: Butt Spencer, Graduação Alcoólica, Lopez, Sanchez’ e Vacine. As duas últimas continuam em atividade. Em nível nacional, destaque para os grupos Mukeka di Rato, Dead Fish, Noção de Nada, Dance of Days, Hurtmold e Cólera. As bandas internacionais não ficaram de fora e pisaram no palco: Vivisick (Japão), Hellnation (EUA), Purification (Itália) e Force of Change (Alemanha).

Nesse período também aconteceram shows de metal, mas em menos proporção. Essa tendência mudou em 2004 com a ausência de eventos com grupos punks/hardcore. “Foi uma época que só tinha show de metal e o estilo conquistou espaço na casa”, comenta Keith Lauer. Hoje, o Garage abriga a Splatter Night, que está na 12ª edição. Além da representante local Flesh Grinder – conhecida mundialmente – e outras em nível nacional, também se apresentaram as bandas internacionais Agathocles (Bélgica), CAD (Eslováquia) e Isacaarum (República Tcheca).

O que era visto com desconfiança no início pelos vizinhos, hoje é respeitado. Na rua onde está situado o Garage, existem aproximadamente três grupos. O galpão também serve para festas da comunidade como, aniversários, formaturas, encerramentos e até casamentos.

*Matéria publicada no Jornal Notícias do Dia em dezembro de 2008.

Fim de semana de Tschumistock*


Fevereiro da Silva, Ursulla, Karadura e Old Machine representam Joinville no Tschumistock, em Rio do Sul

Nove bandas abriram ontem o Tschumistock 2008, em Rio do Sul. O festival prossegue hoje e amanhã com a participação de 20 grupos. O evento acontece há 13 anos e é considerados um dos mais importantes de Santa Carina. Os conjuntos Fevereiro da Silva, Ursulla, Old Machine e Karadura Blues Brothers representam Joinville e sobem ao palco hoje.

O Fevereiro da Silva se apresentou pela primeira vez em Rio do Sul no mês agosto e retorna para continuar divulgando o EP Funil, lançado no primeiro semestre. O grupo mescla rock com metais e abre os shows ‘joinvilenses’, às 17 horas. Uma hora depois, o Ursulla mantém a ‘cidade’ no palco e mostra para os rio-sulenses o som simples que a caracterizou – guitarras frias e melodias marcantes. O primeiro disco do conjunto estará disponível em março.

Na madrugada de domingo, às 2 horas, o Old Machine colocará o galpão de shows abaixo com o rock pesado que os consagrou no Estado, principalmente após o lançamento do primeiro disco apoiado pelo Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura (Simdec). Em seguida, às 3 horas, o Karadura Blues Brothers abaixará a poeira e recolocará os pilares no lugar por meio do tradicional blues feito pela banda.

Além dos grupos joinvilenses, o Tschumistock apresenta outros destaques, entre eles, Liss, Dramaphones, Costeletas e Apicultores Clandestinos, de Rio do Sul; Lenzi Brothers, de Balneário Camboriú; Variantes, de Chapecó; Dissonantes, de Curitiba; Parachamas, de Blumenau; e Euthánasia, de Florianópolis. A banda da capital tem mais de dez anos de punk/hardcore e está fazendo a turnê de despedida em 2008.

A primeira edição do Tschumistock foi realizada em 1995 no sítio da família Tschumi. O evento foi organizado por um grupo de amigos nos moldes do Woodstock. O objetivo era oferecer lazer e diversão para os jovens da região. A iniciativa deu certo e o Tschumistock é um dos mais importantes do Estado.

*Matéria publicada no Jornal Notícias do Dia em novembro de 2009.
Foto: Isa Boettcher

Língua solta*


Festival musical em homenagem a Luiz Henrique Schwanke pretende se tornar regular em Joinville

A idéia de organizar um festival de música independente em Joinville é antiga e já foi colocada em prática com o “Baile dos Desajustados”, “Jacocoricó”, “Din Gon Béu”, “Os Reis do Yeah Yeah Yeah”, “Blá Blá Bla”, entre outros. Porém, nenhum deles se estabeleceu e o Festival Linguarudos – nome em homenagem a uma série de trabalhos de Luiz Henrique Schwanke – é mais uma tentativa de se criar um evento desse porte na cidade. A intenção é realizá-lo uma vez por semestre.

No Brasil, há grandes festivais ligados ao meio e com mais de uma década de atuação, entre eles, o “Abril Pro Rock”, em Pernambuco, e o “Goiânia Noise Festival”, em Goiás. Hoje, existe até uma entidade organizada chamada de Associação Brasileira de Festivais Independentes (Abrafin).

Na opinião do guitarrista e vocalista do Cultura Monstro, a iniciativa é relevante. “Se inspirar na obra de um artista local para fazer um festival de música é autêntico”, revela. “Isso valoriza a arte que está próxima de nós.” Sobre a cena de música independente na cidade, lembrou a continuidade dos últimos dez anos – marcado por altos e baixos. Também elogiou a qualidade musical e o empenho de “agitadores culturais” para organizar shows.

Segundo o baterista do Habroma e baixista do Lost in the box, João Simas, a realização do Festival é importante para a cidade. “É um evento que só tem a acrescentar, pois valoriza a cultura de Joinville e abre a cabeça das pessoas para arte”, defende. Em relação à homenagem ao artista joinvilense, comparou: “A ousadia de Schwanke nas artes plásticas e a criatividade das bandas vêm da mesma essência.”

E foi de uma camiseta usada por João em uma festa no mês de agosto que saiu o nome do Festival. A vestimenta era da “Série Linguarudos” – obras batizadas assim pela imprensa, mas a nomeação nunca foi utilizada pelo artista –, do Instituto Schwanke. Na época, um dos organizadores, Marcos Maia, estava na confraternização e quando os dois conversavam sobre a realização do evento no fim de novembro, Marcos teve a idéia: “Esse é o nome, Linguarudos!”

O nome foi oficializado depois de uma conversa com a presidente do Instituto Schwanke, Nadja Lamas. “Ela demonstrou entusiasmo em usarmos referências do Schwanke em outra manifestação artística”, opina Marcos. “Ambos acreditamos no despertar de interesse em novas formas de expressão na arte.”

Artista de vanguarda

Artista de vanguarda, Schwanke se baseava no Construtivismo Russo, movimento que negava a “arte pura” e assimilava as influências da indústria. Esse fascínio resultou em estudos de história da arte, arquitetura, design gráfico e industrial. O deslumbramento também se estendeu para o pop-art de Andy Warhol.

Atrações: Sanchez’, Fevereiro da Silva, Cultura Monstro, Ursulla, Blasè, Habroma, Kaoscinha e Lost in the Box.

Serviço
O quê: Festival Linguarudos
Quando: 29 de novembro, sábado, 21h
Onde: Garage Bar – rua dos Esportistas, 130, Itinga
Quanto: R$ 5,00 – antecipado na loja Vaca Loka (Rua do Príncipe, próximo ao banco do Brasil), até as 14h; Na hora, R$ 7,00. Nos dois casos é preciso doar um quilo de alimento não-perecível.

*Matéria publicada no Jornal Notícias do Dia em novembro de 2008.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Rock de Kaoscinha*


Banda composta por meninas procura seu espaço na cena de rock independente e entra em estúdio no começo de 2009

Kaoscinha era um fanzine editado por Adrielle Cardoso (Drica) em conjunto com uma amiga entre 2006 e 2007. Paralelamente, amadureceram a idéia de montar uma banda. No ano passado, a publicação deixou de existir, mas deu nome ao grupo. Em seguida, a colega desistiu da iniciativa. Hoje, a formação conta com Drica, nos vocais; Helena, na guitarra; Natália, no baixo, e Melanie, na bateria.

A banda surgiu para quebrar dogmas e lutar por direitos em uma cena de rock independente onde predomina bandas masculinas. O objetivo é unir mulheres que têm afinidade com o meio e incentivá-las a buscarem seu espaço. “Nos shows é comum ver as meninas mais atrás e a participação não é tão ativa quanto a dos meninos”, compara Drica. Esse comportamento muda quando as apresentações envolvem bandas femininas e a postura é inspiração para o conjunto.

De acordo com Drica, o predomínio machista no meio impede a participação de mulheres em bandas. “Eles acham que instrumentos não foram talhados para garotas”, justifica. “Não precisamos mostrar nada para ninguém, sabemos que somos iguais.” Essa afinidade de idéias entre as integrantes resultou na formação do Kaoscinha que mescla punk rock e hardcore, mas não se limita a isso e está aberta a experimentações. “Tocamos rock cru e gritado ou dançante e empolgante”, resume. “É um rock livre de testosterona.”

A influência de cada integrante é distinta. Drica prefere o estilo da banda e gosta de bandas femininas como, Bikini Kill e Bulimia. Melanie possui o mesmo gosto da colega, mas suas raízes vêm do folk e rock progressivo. A vertente é compartilhada por Natália que ultimamente se baseia no ska e punk rock. Helena pensa diferente, prefere o metal com destaque para o death e thrash metal.

Primeiro EP sai em janeiro

O grupo não possui nenhum disco lançado, mas pretende entrar em estúdio no mês de janeiro para gravar um EP. A iniciativa já era pra ter acontecido, mas a banda sofreu um revés na bateria. Para isso, Melanie assumiu o posto para dar continuidade ao projeto e trabalhar em músicas próprias. Por enquanto, apenas “Máquina de Viver” está pronta. A letra traz referências à tecnologia e aborda a substituição do homem no mercado de trabalho. A realidade é retratada por meio de diversão e ironia.

A ausência de uma baterista também mudou a agenda do grupo. O último show foi realizado no mês de julho, em Garuva. Por falar em apresentações, Drica afirma que a cena de música independente de Joinville está numa crescente. “Cultura Monstro, Blasé, Fevereiro da Silva e Ursulla estão realizando shows nos cantos da cidade.”, avalia. Porém, a cidade continua carente de espaço. “Falta locais para a realização de shows e apoio cultural”, lamenta.

*Matéria publicada no Jornal Notícias do Dia em outubro de 2008
Foto: Fabrício Porto.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

A válvula do Alva*



Thomas Alva Edison inventou a lâmpada elétrica incandescente, o gramofone e outros equipamentos que facilitaram o dia-a-dia. Para o rock, ele contribuiu com o díodo termiônico – também conhecido como a “válvula de Edison.” O material é composto por um dispositivo primitivo e foi determinante na criação da válvula usada nos amplificadores musicais.

Em Joinville, quatro admiradores de cubos valvulados resolveram homenageá-lo e batizaram a própria banda com o segundo nome do inventor: Alva.

O grupo foi formado em 2007 e conta com veteranos da cena de rock independente da cidade: Rafael Zimath, ex-Butt Spencer, guitarra e vocal; Lucky, Sanchez, baixo; Tiba, ex-Tormento dos Vizinhos, bateria; e Jean, ex-Fel, guitarra. A proposta da banda é fazer música inventiva e ao mesmo tempo dotada de vocais melodiosos – alguns berros, além de riffs pesados de guitarra/baixo que esquentem ao máximo as válvulas dos amplificadores. “É música cercada por paradoxos e antagonismos”, define de maneira peculiar o guitarrista Rafael.

A bagagem adquirida na participação de bandas extintas da cidade deixa Rafael à vontade para fazer uma revelação em nome do grupo. “Acho que para nós, fazer música é inevitável”, aponta. “Parece abstrato, mas talvez não seja a gente que tenha escolhido a música, mas o contrário.”

A estréia do Alva acontece no sábado, às 23 horas, no Zeppa. O conjunto divide o palco com a tradicional Os Depira no último show do ano no local. O ingresso custa R$ 5,00.

O Alva entra em estúdio no mês de novembro para gravar o primeiro disco da carreira. A banda foi contemplada no Edital de Apoio às Artes da Fundação Cultural de Joinville (FCJ). O álbum ficará pronto em março. Como o grupo é adepto de amplificadores valvulados, o material será gravado no o único estúdio com plataforma analógica do Sul do país, o Solo, de Curitiba. “Vamos gravar doze ou treze músicas para escolher quais entrarão no CD”, opina Rafael.

*Matéria publicada no Jornal Notícias do Dia em outubro de 2008
Foto: Fabrício Porto.

terça-feira, 7 de abril de 2009

‘Vício’ em forma de vinil*


Paulo Silveira se identificou com o LP, virou DJ e hoje conta com 800 discos em sua coleção

O vinil “luta” há duas décadas contra o CD e, quem previu a sua morte, se enganou. O “bolachão” está mais vivo do que nunca e vem ganhando adeptos da nova geração. Se o material conquista os jovens, imagina quem viveu a época e aprendeu a admirar o objeto. Paulo Silveira, 34 anos, é um deles e, há dois anos, trabalha como DJ de rock.

O primeiro contato com o vinil aconteceu após ganhar de presente de aniversário o disco de Rod Stewart, em 1986. O álbum possuía duas músicas. Porém, Paulo precisava de mais incentivo para se render ao “bolachão” e isso aconteceu graças a um amigo. “Eu ia na casa dele jogar futebol, videogame e, é claro, ouvir seus vinis”, recorda Paulo. “Eu gostei do formato e lance virou vício.”

Paulo foi atrás de outros vinis e virou “DJ” nas festinhas escolares de suas turmas entre a 6ª série e o segundo ano do 2º grau. Na época, usava dois aparelhos toca-discos e os improvisava como pick-ups. Depois, se aventurou em festas realizadas no Tênis Clube devido à outra amizade. “Tinha um amigo deixava eu discotecar no fim de festa”, sorri.

O estilo preferido é o rock e a postura nunca mudou. No início, o repertório privilegiava o estilo nacional do fim dos anos 80, com destaque para o Legião Urbana, Titãs e Ira. Os grupos internacionais ganharam espaço e The Cure, The Smiths e The Clash rodavam com freqüência nas pick-ups durante a rápida apresentação.

Em seguida, surgiu o CD e a maneira de discotecar ficou mais fácil. “As festas tinham aparelhos voltados à mídia e o processo era menos trabalhoso”, conta. “Tudo o que eu tinha em vinil comprei em CD.” Em 1996, Paulo foi chamado para trabalhar no bar Bartolomeu, no Centro, e aceitou o convite depois de avisar o dono que seu repertório era composto apenas de rock.

Na década atual, Paulo discotecou no show do Los Hermanos na capital, em 2003. Além de DJ, ele também é produtor de eventos e, no ano seguinte, trouxe o grupo carioca para a única apresentação da história do grupo em Joinville. Depois, organizou e colocou o público para dançar em festas na
Double Phase e Cais 90. No ano passado, participou de eventos no Old Music Bar e, em 2008, foi convidado para embalar um show em Balneário Camboriú.

Tocar em Joinville atualmente não é fácil pela falta de espaço. Ele se vira como pode e devido à música eletrônica a aceitação está mudando.

Coleção repleta de raridades


Paulo possui aproximadamente 800 LPs e se desdobra para aumentar a coleção. Recentemente adquiriu o álbum “Pet Sounds”, do Beach Boys e, “Amnesiac” do Radiohead. A edição do último é limitada e o material tem dez polegadas. Os vinis normais possuem 12 e, a metade, sete. Outro disco raro é o “4” do Los Hermanos onde foram prensadas apenas 1.000 cópias. A coleção ainda possui preciosidades como, LPs do Pixies, Faith no More e singles de todos os álbuns Legião Urbana. Além dos dois primeiros do Chico Science e Nação Zumbi.

O preço das raridades chama a atenção: “O disco do Radiohead no mercado pode chegar a duzentos dólares e, o do Chico Science, a cento e cinqüenta reais.” O problema é conseguir adquirir essas obras em leilões da internet ou em feiras do material. “Tem de correr atrás, eu consegui muita coisa garimpando.” Paulo já foi para o Rio de Janeiro, Curitiba e Florianópolis atrás do objeto. “Vinil não é um investimento barato e eu tenho muita coisa importada”, garante. Segundo ele, DJ bom vai atrás de material e compra.

De acordo com Paulo, o vinil é o jeito mais seguro de combater a pirataria. Também tem todo um ritual para ouvir o LP e, além do lado A e B, o encarte é grande e a pessoa lê até os detalhes técnicos.

*Matéria publicada no Jornal Notícias do Dia em outubro de 2008
Foto: Rogério Souza

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Música em defesa da árvore*


Festival reúne cinco bandas com o objetivo distribuir sementes e arrecadar alimentos

O dia da arvore é comemorado no hemisfério sul no dia 21 de setembro – início da primavera. No Brasil, a data foi instituída há 30 anos para marcar o começo da nova estação e lembrar da preservação do maior símbolo do meio ambiente nacional. Nesse ano, a lua cheia fará “companhia” e deve aparecer reluzente entre as árvores para depois reinar soberana no céu.

A junção da data comemorativa com o satélite da terra resultou no “Festival da lua cheia, dia mundial da árvore”. A iniciativa foi criada pelos integrantes do Reino Fungi e teve a ajuda de alguns fãs da banda que “abraçaram” a idéia. O evento conta também com as bandas Os Depira, Fevereiro da Silva, Manifesto de Vida e Arueira/Paratodos.

Durante as apresentações, o público será presenteado com sementes de árvore e sorteios de vinis, CDs, DVDs, livros e camisetas do festival. Outra iniciativa depende dos espectadores. Além de pagar pelo ingresso, é preciso apresentar um quilo de alimento não-perecível – a medida vale para a compra antecipada e na hora dos shows. Os mantimentos arrecadados serão encaminhados para a Associação Joinvilense de Obras Sociais (Ajos) que destinará o montante a uma entidade do município.

Para a publicitária Bárbara Cardoso, a proposta do festival é interessante. “É uma boa idéia juntar o som que a gente curte com algo que irá fazer bem para o nosso planeta”, defende. A estudante Ana Lucia de Oliveira concorda e acrescenta: “Acho que deve ter todos os anos com edições maiores e mais ousadas.”

Álbum branco

O “Festival da lua cheia, dia mundial da árvore” acontece hoje, a partir das 22h, na sede campestre do 31 de Julho. O local fica na avenida Santos Dumont, 5632, no bairro Aventureiro. Os ingressos antecipados custam R$ 15,00 – mais um quilo de alimento não-perecível. Os bilhetes podem ser adquiridos na Rock Total Discos, Livrarias Curitiba e Circus Musicales. Na hora, o valor sobe para R$ 20,00 – mais um quilo de alimento não-perecível.

A banda Reino Fungi foi selecionada recentemente para integrar uma coletânea nacional em homenagem ao álbum Branco do Beatles – o disco faz 40 anos no dia 22 de novembro; Os Depira representam o conceituado rock etílico de Piracity; o Fevereiro da Silva continua divulgando o EP Funil; o Manifesto de Vida vem despontando como promessa do reggae na cidade; e o Arueira venceu o primeiro edital de apoio às artes promovido pela Fundação Cultural de Joinville (FCJ), em 2005.

Serviço
O quê: Festival da lua cheia, dia mundial da árvore
Quando: 20 de setembro, sábado, às 22h
Onde: Sede campestre do Clube 31 de julho, na avenida Santos Dumont, 5632, no bairro Aventureiro
Quanto: R$ 15,00 (antecipado na Livrarias Curitiba, Rock Total Discos e Circus Musicales) e R$ 20,00 (na hora) – nos dois casos é obrigatório a apresentação de um quilo não-perecível

*Matéria publicada no Jornal Notícias do Dia em setembro de 2008
Foto: Rogério Souza/ND

Blasè prepara novo disco*


Grupo joinvilense lança material inédito no mês que vem e retorna aos palcos amanhã

Um integrante do Lopez aqui, outro do Daven ali e do Estereotróia acolá. Assim nasceu o Blasè em 2003 com músicos de bandas independentes tradicionais da cidade e forte influência do rock inglês da década de 80. O nome do grupo tem a ver com o período gelado e enigmático que os três viveram durante os primeiros ensaios. No mesmo ano foi lançado uma demo com essa formação.

Em seguida, veio mais um trabalho com o novo componente oriundo de outro importante grupo da cidade, o Vacine. Depois de um grande período sem oferecer novo material, Helliot Jr (bateria e backing vocal), ex-Lopez; Milton Mills (vocal e guitarra), ex-Daven; Evandro Vieira (contrabaixo), ex-Estereotória e Clayton Galanti (guitarra), ex-Vacine, resolveram gravar as músicas Noite, Pirâmides, Tardes de Abril, Ficar só, Tanto faz, Primeiro Andar e H. Helliot Jr explica o nome sugestivo da última canção do EP em tom de brincadeira: “É a hora H do dia D. De atacar novamente e simboliza a volta do Blasè.”

A gravação foi ao vivo justamente para capturar as pegadas de bandas referências dos anos 70 e 80. A sonoridade do registro agrega influências de The Cure e Joy Division; passa pelo rock nacional do Ira! e Plebe Rude; e finaliza com as bandas atuais Bloc Party e Interpol.

As letras compostas pelo vocalista e guitarrista Milton Mills continuam afiadas e são um dos diferencias do conjunto.

A preocupação com a qualidade do material foi importante. A banda deixou de fazer shows no início do ano e só entrou em estúdio após exaustivos ensaios. A proposta era registrar as músicas de maneira concisa para agradar os integrantes. “Somos muito críticos em relação a isso”, destaca Helliot Jr. O EP será lançado de forma física e independente. Atualmente o grupo está definindo a arte da capa.

O show de lançamento acontece no mês que vem, mas antes de terminar setembro, o público poderá conferir as músicas do EP amanhã, às 16 horas, no Bar Funil. O local fica na rua Dona Francisca, 2057, Saguaçu – próximo à antiga Autolândia. Além do Blasè, sobem ao palco Ursulla e Bela Infanta. O ingresso custa R$ 4,00. Mais informaçõesno www.fotolog.com/banda_ursulla

Serviço
O quê: Show com as bandas Blasè, Ursulla e Bela Infanta
Quando: amanhã, 28, às 16 horas
Onde: Bar Funil. Rua Dona Francisca, 2057, Saguaçu – próximo à antiga Autolândia
Quanto: R$ 4,00
Informações: www.fotolog.com/banda_ursulla

*Matéria publicada no Jornal Notícias do Dia em setembro de 2008

“Tem que dançar dançando”*


DJ Vigas prepara clipe para divulgar trabalho e difundir discotecagem funk/groove em Joinville

Guitarrista da banda Medíocres e DJ de trance. É mais ou menos por aí que se resume os dez anos de trajetória musical do joinvilense Leandro Mendes, o DJ Vigas. Mas, não é só isso. A inquietação faz parte de sua personalidade e, atualmente, discoteca funk, groove e dub; toca percussão na banda de reggae Adamaoua; mantém um projeto duo que envolve guitarra, sintetizador e percussão e, para finalizar, está produzindo o clipe de uma música própria, batizada de “Tem que dançar dançando.”

A idéia de fazer um clipe surgiu devido a pós-graduação em cinema que está sendo realizada em Curitiba. A iniciativa foi colocada em prática no último Festival de Dança. Na ocasião, foram usadas duas câmeras e o ator Guilherme Fernandes, ex-Malhação, interpretou o personagem que dançava ao seu modo e pedia dicas aos participantes do Festival para melhorar o desempenho. O vídeo continua em um sebo, mas essa parte não foi gravada por falta de verba. “A intenção é transportar o pensamento para o vinil e dar um efeito de volta no tempo.”

A música “Tem que dançar dançando” é um sampler de Jorge Ben Jor e não está pronta. “Falta colocar metais e percussão”, avisa o DJ Vigas. A intenção é deixar tudo pronto até o final do ano para fazer o lançamento no início de 2009. A divulgação será feita por meio do You Tube e Myspace, mas não pára por aí: “vou divulgar em todos os meios possíveis pois o clipe pode abrir portas.” Além da canção do vídeo, ele possui mais sete músicas autorais.

Estilo pouco explorado

A discotecagem funk/groove é bastante difundida em Curitiba e São Paulo. Conforme o DJ Vigas, se destacam os DJs paranaense Schasko e o paulista Soneca. O último tem um projeto chamado de Trotter. Segundo ele, a intenção é aproveitar o momento e trazer para a cidade esse tipo de festa. “Estou com um projeto chamado grooville e pretendo colocá-lo em prática em breve”, projeta.

Na opinião dele, a mudança de estilo foi em virtude de criação. “Eu estava cansado de discotecar música dos outros (trance) e essa parte funk/groove dá para explorar legal”, compara. Ele iniciou nas pick ups em 2001 com o set voltado ao trance. De 2007 para cá, passou a aprimorar-se no estilo funk/groove.

O funk e o groove são bastante explorados por artistas e bandas brasileiras. E, para seguir nessa linha, o DJ Vigas utiliza samplers nacionais e acrescenta um pouco de outros estilos. “Tem uma música que tem um trecho do Cordel do Fogo Encantado”, explica. “Também tem Nação Zumbi no repertório, além de maracatu.”

As músicas do DJ Vigas estão disponíveis no site: http://www.myspace.com/djvigas. As canções podem ser solicitadas pelo e-mail: leandrommendes@gmail.com. O endereço também serve para contato de shows.

O quê: DJ Vigas (funk/groove)
Onde: http://www.myspace.com/djvigas
Contato: leandrommendes@gmail.com e 9181-6823

*Matéria publicada no Jornal Notícias do Dia em agosto de 2008.
Foto: Joyce Reinert/ND

Vou mudar para o interior!



Primeiro acreditei que era algo pontual, localizado em certos redutos e por isso nunca cheguei a comentar mas de uns tempos pra cá a visão que tenho de cidades de interior é que: Lá estão as oprtunidades! Enquanto milhões de seres se acotovelam nas grandes cidades por uma oportunidade de trabalho, de alimentação, de estudo, até amorosa, o interior do Brasil vem ensinando aos culturados cosmopolistas como é que se promove o cenário local. Acredito que em cidadaes como Rio de Janeiro e São Paulo essa noção da “coisa nossa” se perdeu em meio a embarques e desembarques do Santos Dumont ou do perigoso aeroporto de Guarulhos. Somos internacionais por aqui. Sabemos detalhadamente tudo o que rola no subúrbio de Paris, nos guetos de Nova Iorque mas nem mesmo sabemos chegar no Parque Edu Chaves (para os paulistas) ou em Marechal Hermes (para os cariocas).

No cenário ao qual participo, o da música independente, nossa cidade maravilhosa é uma completa trevas para as bandas. Organizadores aproveitadores (pague para tocar), falta de prestígio pela produção autoral, casas sem estrutura e descaso do poder público relegam o cenário a um patamar abaixo do merecido. Bandas cariocas que se mantém na ativa, para que tenham bons shows e público, tornam-se nômades. Ficam de 6 a 10 meses sem fazer um show sequer em sua cidade. São Paulo o cenário muda mas ainda possui características em comum. O número de casas é absurdamente maior ao carioca e ainda há certa estrutura mas como no Rio de Janeiro, o cenário independente possui um abismo entre as péssimas e boas casas ao qual apenas uma boa apresentação ou CD não é o suficiente. Um Paitrocínio para bancar a abertura daquela banda sensação ou daquela roupa da moda é mais importante do que o som dos instrumentos. A culpa é quem se rebaixa a essa situação, de quem entra para uma atividade MUSICAL colocando outros quesitos na frente deste que sempre deveria ser o principal.

Eventos como o Cardápio Underground, liderado pelo mestre Quique Brown em Bragança Paulista, o Festival Hardcore Contra a Fome de Teresópolis, o Linguarudos de Joinville, o Alternativo Rock Festival 2008 de Itabirito, o Monster Of Roça de Paraibuna entre tantos outros mostram que fora doa grandes centros iniciativa privada e pública abrem-se a experimentação, a tentativa, apostam na cultura sem que exigam absurdos retornos financeiros, assim abrindo espaço para a cultura local.

Vale lembrar que não citei os atualmente mega festivais Abril Pró Rock, MADA, Do Sol, Goiânia Noise (que está desembarcando em SP) e outros que começaram miúdos, sem grandes pretensões e agora são referencias nacionais.

Fonte: Verbalence

Público e bandas fizeram o Linguarudos ferver



Se depender do astral no Garage, do entusiasmo do público e das performances das bandas escaladas, o Festival Linguarudos tem presença garantida no calendário musical joinvilense por muitos e muitos anos. Que assim seja, porque a festa ferveu dentro e fora do bar, e mesmo que não tenha sido perfeita, serviu pra mostrar o bom momento que vive a cena alternativa da cidade - pena que o final do ano tá aí o recesso é inevitável. Na contabilidade da organização, cerca de 300 pessoas passaram pelo Garage no sábado (29), um número bem acima do esperado. Até o mitológico Bananeira deu as caras pra dar o seu aval ao evento.

O tempo ajudou - bem mais do que aquele acesso horrível da rua dos Esportistas -, e quem foi tava realmente a fim de se divertir e esquecer a tragédia que o Estado vive nestes dias. Aliás, o carro do Hélio (Fevereiro da Silva) saiu rebaixado com tanta comida e roupa recolhidas junto com o ingresso. Parabéns também por isso.

As bandas embarcaram na empolgação e mostraram serviço. Com quase duas horas de atraso, o Ursulla faria uma apresentação-relâmpago, mas resolveu esticá-la um pouco mais quando sentiu o calor da platéia. Na seqüência veio o Lost in the Box. Com um verdadeiro dínamo atrás da bateria, a banda fez a temperatura aumentar com um hardcore berrado, cheio de quebras e andamentos, igualmente destruidor em músicas sem firulas, como "War". O momento Los Hermanos, com a versão de "Quem Sabe", acertou a platéia em cheio.

O Kaoscinha sonha em reproduzir por aqui o movimento rrriot girl, mas bate mesmo é na porta do poppy-punk. Foi divertido, apesar (ou por causa) das inegáveis limitações técnicas das integrantes. Gustavo, do Cultura Monstro, deu uma forcinha no final do show das meninas e voltou logo em seguida à frente de sua própria banda, que contou com a melhor sonorização da noite. Que evolução em relação ao material que ouvi no Myspace! Um grupo redondo, bem entrosado, que não soa estranho ao ir do samba-rock ao funk metal e depois pro hardcore. As letras são abusadas, mas o quarteto não tenta ser engraçadinho. Tem futuro a garotada, especialmente em cima do palco.

O Blasè voltou a mostrar que sua fase "crua e direta" é muito eficiente. As guitarras altas, a cozinha saliente e as melodias escuras superaram a desconfiança de parte do público e um semi-pogo se formou. Um probleminha com a guitarra do Clayton quebrou um pouco o encantamento. Mas o saldo final foi bem positivo, ainda mais com nova música (muito boa) no repertório.

E eu fiquei por aí. As dores nas costas e a falta de álcool - afinal, o caminho de volta era longo e é bom pegar leve - me botaram dentro do carro antes de ver Fevereiro da Silva, Habroma e Sanchez. Fiquei sabendo depois pelo próprio Maia que o retorno da banda aos palcos ficou prejudicado por problemas técnicos e pelo adiantado da hora - era perto das 6 da manhã de domingo quando ela fez sua curtíssima apresentação.

Apesar de chateado com o ocorrido, Maia nem pensou duas vezes em exaltar o sucesso do Linguarudos. Feliz com o público, com as bandas, com a colaboração de todos. É isso aí. Com pequenos ajustes, o festival tem tudo pra se tornar a grande vitrine do rock alternativo joinvilense.

Tem aí três vídeos com registros da noite. Me perdoem se a gravação não for tudo aquilo, mas é que em matéria de fazer imagens e tirar fotos eu ainda sou um mero apertador de botões iniciante. Na seqüência, Lost in the Box, Cultura Monstro e Blasè.

Fonte: A Notícia

Schwanke, o patrono do rock

A matéria-prima predominante das obras de Luiz Henrique Schwanke (1951-1992) sempre foi a rebeldia. Dos baldes que empilhou no centro de Joinville que fez centenas de joinvilenses se perguntarem se aquilo era arte ou arruaça às obras premiadas em mostras nacionais, seus trabalhos refletiam um espírito inquieto e indomável. Natural que ele atraísse a admiração de pessoas que também têm uma tradição de rebeldia a zelar: os roqueiros da cidade. Hoje, ocorre em Joinville o Festival Linguarudos, evento no qual oito bandas celebram a trajetória de Schwanke.

Quando a organização do festival estava bolando um tema para o evento, o nome de Schwanke literalmente apareceu no meio do caminho. Marcos Maia, guitarrista da banda Sanchez e idealizador do projeto, estava quebrando a cabeça para bolar um gancho para o festival. Queria algo de apelo regional, e que expressasse a essência do festival. Um dia, caminhando na cidade, encontrou João, guitarrista da Cultura Monstro, que vestia uma camiseta estampada por um desenho de Schwanke. “Aquela serigrafia da série Linguarudos era a cara do festival, foi perfeito”, diz.

O primeiro contato de Maia com as obras de Schwanke foi em 1989 – os polêmicos baldes empilhados na praça da Bandeira. Como boa parte da população, Maia não entendeu nada. Em 1996, ao ler uma reportagem sobre a série “Linguarudos”, ele foi fisgado. “Me identifiquei na hora com a irreverência do Schwanke. E sua obra tem muita a ver com o rock. Ele era influenciado pela pop art, que inspirou várias bandas”, explica Maia.

O organizador acredita que o festival ajudará a divulgar a obra de Schwanke entre um público mais jovem. “Muitos dos músicos que tocam hoje não conhecem muito bem os trabalho do artista, mas, agora, vão passar a entender melhor”, assinala. Entre as atrações da noite, o destaque é a banda de Maia, Sanchez, que retorna à ativa depois de dois anos longe dos palcos. Também tocam no festival as bandas Fevereiro da Silva, Cultura Monstro, Ursulla, Blasè, Habroma, Kaoscinha e Lost in the Box.

Na série “Linguarudos”, Schwanke pintou perfis anônimos, figuras com a língua de fora. O artista jamais intitulou a série, foi a imprensa que deu esse nome. “Conversei com a presidente do Instituto Schwanke, Nadja Lamas, e ela disse que o Schwanke não se importou com o nome. Acho que ele ficaria feliz também com nosso festival”, imagina Maia.

MAIS

O QUÊ: Festival Linguarudos.

QUANDO: hoje, às 21 horas.

ONDE: Garage Bar, rua dos Esportistas, 130, Itinga, Joinville.

QUANTO: os ingressos antecipados estão à venda por R$ 5 e um quilo de alimento não- perecível, na loja Vaka Loka (rua do Príncipe, próximo ao Banco do Brasil). Na hora, os ingressos custam R$ 7 e um quilo de alimento não-perecível. O Garagem vai coletar doações de colchões, cobertores e material de limpeza para as vítimas das chuvas.

rodrigo.schwarz@an.com.br
RODRIGO SCHWARZ | JOINVILLE

Fonte: A Notícia