sábado, 20 de agosto de 2011

Humor e deboche regado à música



Rafael Castro, apenas nove discos gravados, poucas namoradas e um livro de cabeceira – Arte e Ciência de Roubar Galinha, de João Ubaldo Ribeiro. Também possui um caminhão de intenções e um espírito intrometido que não há quem o faça parar. Essa rica biografia é revelada em ritmos dançantes e melodias alegres. Uma música maldita, saca? Estilo Jards Macalé! E ainda é cheia de chacotas pessoais. Motivo suficiente para a criação das canções mais tristes e melancólicas da história da música brasileira – pelo menos dos últimos três anos.

Atualmente, Rafael Castro tem a companhia d’Os Monumentais. O grupo enche um pequeno e humilde carro popular de parafernália e monta o “circo” em qualquer lugar. O resultado é o completo esgotamento físico, mental e econômico. Com essas empreitadas, a banda já se apresentou em aproximadamente 0,2% das cidades desse Brasilzão, o que é um bocado. E, de um tempo pra cá, Rafael Castro e Os monumentais passaram a se apresentar ao ar livre graças a um magnífico gerador de energia – 1h20 de música por litro. Tempo suficiente para colocar crianças e velhinhos para ferver em ruas e praças.


Clipe da música "Ultrapassa, pai!"

Tudo isso tem o lado boêmio, é claro. A saga de shows acontece quase todas as noites. Vale tudo: botecos mequetrefes ou palcos hypados. É óbvio que a última opção tem de ter formadores de opinião, de preferência ricos e bonitos. No palco, aceitam tocar com Deus e o mundo. Apesar de toda essa simplicidade, Rafael Castro é “fresco”: fuma dois maços de cigarro por dia e sofre cronicamente da síndrome do pânico, TOC, micose, acne, insônia e amor.

Depois de tanto humor e deboche regado à música, só resta ver o show de Rafael Castro e Os Monumentais, hoje, no Bar Pixel (rua Almirante Jaceguay, 167D, Santo Antonio). O ingresso custa R$ 12,00. A abertura da casa acontece as 22 horas. Mais informações: 3029-5577.

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