sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Muita Gentileza


Apresentação no Festival Linguarudos, em dezembro de 2009

A última vez que vi o público esperar na fila para entrar em uma casa de shows voltada às bandas independentes foi no extinto Old Music Bar, em 2007. Na ocasião, eu estava na bilheteria e não tinha como liberar o acesso para mais ninguém.

O curioso é que o local era próximo da Mansão e quem passava em direção à famosa boate, indagava: “O que tem aí? Emo?” Eu respondia de forma cordial: “Rock, mas tem samba também”.

Porém, na sexta-feira, dia 29 de janeiro – aniversário do JEC e da Rosana Rosar –, cheguei atrasado ao show da Banda Gentileza, no Don Rock. O motivo foi a festa do Tricolor, na casa do Karpanno – torcedor ilustre. O atraso me deixou aguardando na fila. A esperança era algum infeliz descer a escada para eu e mais alguns “decanos” do rock joinvilense entrar na casa. A torcida deu certo e, de repente, apareceu um grupo na maior calma, degrau por degrau, até ultrapassar a porta.

Confesso que não esperava lotação máxima. Na semana do show comentei com o vocalista, Heitor Humberto, que o público seria bom, mas não ao ponto de preencher os 250 lugares disponíveis do Don Rock. Mas, felizmente, errei o “cálculo” e tive de aguardar do lado de fora.

Enquanto isso, a Banda Gentileza abria a apresentação com o hino do JEC, um dos aniversariantes da noite. “Foi muito bacana. Acho que foi uma boa forma de homenagear o Tricolor”, garantiu Heitor, que aos dois anos se apresentou com a camisa do JEC, no encerramento do Jardim Esqueminha, no ginásio Ivan Rodrigues.

Na sequência, o grupo colocou o público para mexer com a ótima O indecifrável mistério de Jorge Tadeu. Com a plateia em harmonia veio Sintonia. Depois, o cover Chega de Saudade, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes.

O show prosseguiu com Teu capricho, meu despacho, O estopim, Piá de prédio e Quem me dera. A última era inédita e foi tocada pela primeira vez em Joinville. Em seguida, quem estava parado, não se segurou e sacolejou com o cover de Bebete vão bora, de Jorge Ben Jor.

No meio da apresentação veio Preguiça, mas o sexteto curitibano não deu moleza, muito menos a plateia. Não deu tempo de respirar e, para delírio dos fãs, o grupo deu os primeiros acordes de Coracion. A canção foi cantada a plenos pulmões, principalmente no refrão. O calor era intenso e queimou de vez em 33B. A presença de palco foi incrível, e o frontman, Heitor Humberto, em transe com o público.

A empolgação continuou com Coroné Antonio Bento, cover de Tim Maia. A disciplina foi embora em Norma, música dedicada a outra aniversariante da noite, Rosana Rosar. E, para coroar a apresentação, a Banda Gentileza mandou dois clássicos: Pseudo eu e Sempre quase. Antes de encerrar, os joinvilenses foram brindados com Maior com sétima e Afinal de contas.

“A gente sabia que o pessoal de Joinville era receptivo, mas ficamos impressionados com a animação da galera”, elogiou Heitor Humberto. “Deu para perceber que muitas pessoas que estavam no Festival Linguarudos divulgaram a banda para os amigos.”

Heitor deixou um recado: “Queremos voltar para Joinville o quanto antes, mas acho que vamos esperar uns dois ou três meses.”

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